
SEU FILHO TEM O ATENDIMENTO QUE MERECE?
Hoje em dia quem não
tem plano de saúde está fadado a peregrinar pela rede pública de saúde e
convenhamos, não é nada fácil conseguir um agendamento em qualquer
especialidade e quiçá uma consulta, por mais simples que seja. Imagine
conseguir agendar uma consulta para psicoterapia ou fonoaudiologia?
Praticamente impossível! E se isso serve de consolo para os que se consideram
menosprezados pelo sistema, nós (aqui me incluo também) da rede privada, também não!
Vou focar na
psicoterapia, para início de conversa pergunto: VOCÊ, PELO PLANO DE SAÚDE,
CONSEGUIRIA, AGORA, AGENDAR UMA CONSULTA PARA SEU FILHO INICIAR UMA PSICOTERAPIA? Se sua resposta
foi sim, você pode se considerar um sortudo. Mas se sua resposta for não,
benvindo, você faz parte de uma grande maioria que não está conseguindo cuidar da saúde mental de seu filho por falta de horário nas agendas da maioria dos
psicólogos! Claro que, se você dispõe de recursos para financiar um tratamento
particular um milagre acontece e você tem seu horário preferido na hora e no
tempo que você quiser!
Até entendo que a culpa
deva recair em cima dos planos de saúde que remuneram muito mal esses
profissionais que investiram tempo e dinheiro para se especializarem e
oferecerem um bom serviço. Por outro lado, a partir do momento que o
profissional procura um plano para oferecer seus préstimos e passa a fazer
parte dessa empresa como um credenciado, entende-se que ele disponibilizará sua tempo para atender os "clientes do plano".
Por que isso não está
acontecendo? Qual a diferença entre cliente de plano de saúde e cliente particular? Por que raramente tem horário para clientes do plano? Muitas vezes o problema não é por falta de horário, mas por ser cliente do plano! Por que é que se a família se dispor a pagar ela tem
o horário garantido no dia seguinte? Por que existe uma cota de atendimento para
os clientes de plano de saúde? Não seriam eles também particulares, afinal
eles pagam (caro) para ter uma assistência na hora em que precisar!
Outra questão se refere
à qualidade dos atendimentos a clientes “de convênio”. A maioria atende em
grupo e/ou em meia hora. Sim, trinta minutos! O que dá para se fazer/conversar
em trinta minutos? O que se consegue resolver em trinta minutos? Como fica o
atendimento com criança em 30 minutos? Que qualidade se consegue em 30 (trinta)
minutos? Quem o profissional quer enganar: o cliente? o plano de saúde? ou os
dois? E a família como fica?
Agora vou me ater em
atendimentos com crianças, que é a minha especialidade. A família e a criança são as grandes prejudicadas.A criança fica meses, anos com o profissional
e a família não consegue perceber melhoras em seu quadro clínico. Por que será?
Como a família poderia perceber se a sua criança está ou não recebendo o o
atendimento e tratamento adequados? Responda a pergunta: Como você escolheu a clínica ou o profissional: foi por indicação, unidunitê, ou o que atende pelo plano?Você está satisfeita com o profissional que atende seu filho? Você está satisfeita com o tipo de atendimento que seu filho está recebendo? Como você avalia o atendimento e que conhecimento tem para avaliar adequadamente?
Sendo mais direta pergunto: como a família acompanha as sessões da criança? Que
informações recebem a respeito das técnicas utilizadas pelo profissional? A família
tem por hábito perguntar sobre a formação, pós-formação e experiências
anteriores? Sabe qual linha de trabalho seguida pelo profissional? A família tem
um retorno e orientações? A família é informada dos objetivos das atividades
desenvolvidas durante as sessões? A família sabe o que está sendo feito com seu
filho?
Muitos consultórios deveriam
respeitar seus clientes propondo um atendimento de qualidade! Não é uma obrigação mas um direito adquirido! Oferecer um atendimento de qualidade, exclusivo e personalizado é dever das clínicas e ou profissionais liberais, e que deveriam ser fiscalizados!
Só me resta voltar à família e pedir para
que não aceitem qualquer coisa! Não aceitem que façam com seus filhos menos que
o melhor e comprometam-se com o tratamento! Sejam exigentes, perguntem, critiquem, reclamem, lutem por um atendimento justo e digno, vocês merecem, nós merecemos! Atendimento em grupo é até válido vez ou outra, mas sempre? A criança tem o direito a um atendimento exclusivo com um tempo só para ela! Precisa-se de tempo para criar vínculo positivo de maneira a se sentir segura para revelar seus sentimentos e angústias, como fazer isso em grupo e/ou em meia?
Uma outra queixa, desta vez por parte de uma colega, que confidenciou-me a rotatividade de profissionais em algumas clínicas particular que atendem convênios. Em atendimentos, onde exista a rotatividade não é possível construir uma relação afetiva, segura e estável que propicie à criança, durante seu tratamento, os vínculos necessários para o perfeito andamento do caso. E aí família o que fazer?
Faça valer seus direitos! Informação é tudo! Busquem informar-se sobre o problema do seu filho para que não seja necessário acreditar em tudo que esses profissionais lhe disserem. E se não ficar satisfeitos denuncie-os aos planos e não tenham medo de procurar outros profissionais, outros consultórios.
Lembrem-se, o bom profissional organiza um tempo para dar um feedback aos pais para que estes se sintam mais
aliviados em suas angústias. O bom profissional disponibiliza um horário que
certamente fará toda diferença na qualidade no atendimento, o bom profissional está preocupado com seu cliente, não tanto com seu bolso!
(Catarina Colodetti)
Indico para as crianças hiperativas o livro JOÃO AGITADÃO, Editora Caravansarai, de Lia de Paula Moraes e ilustração de Ney Megale.
ResponderExcluirFica a dica!
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